terça-feira, 28 de julho de 2015

Jogando Limpo com o Mangue Ano II

 Professora Bárbara Cavalcanti compondo a primeira mesa formada para discutir os impactos dos resíduos sólidos e políticas públicas em áreas de manguezais.



No momento da segunda mesa sobre percepção ambiental e valoração dos manguezais no Recife.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Jogando Limpo com o Mangue Ano II


Reunião com o pessoal de serviços gerais 20/07/2015

Na última segunda-feira (20/07) ocorreu a reunião mensal com o pessoal de serviços gerais da FCAP, onde foram relatados as dificuldades e avanços da situação dos resíduos sólidos da faculdade. Bem como foram tratadas algumas mudanças nos coletores das salas de aula.




quarta-feira, 20 de maio de 2015

CONVITE

O Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente através do Laboratório de Pesquisa Integrada de Gestão Ambiental e do Curso de Extensão Educação Ambiental Escolas Sustentáveis e Com-Vida, convida para discutir o tema do Desenvolvimento e Meio Ambiente com a apresentação da palestra:
"Meio ambiente ou desenvolvimento: a inconveniente realidade do anti-ecologismo”

A ser proferida pelo Doutor Philippe Pomier Layrargues, professor da Universidade de Brasília (UnB).

A palestra se realizará às 16h30min do dia 27 de maio de 2015 no auditório do Centro de Educação da UFPE, situado na Cidade Universitária, Campus Recife.

As inscrições são gratuitas e poderão ser realizadas enviando o nome completo, telefone e instituição para o e-mail lapiga.prodemaufpe@gmail.com.

Será conferida declaração aos participantes.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Às agressões humanas, a Terra responde com flores

por Leonardo Boff*
Leonardo Boff destaca os presentes que a natureza nos fornece, apesar das agressões constantes que sofre. Foto: TV Brasil - EBC
Leonardo Boff destaca os presentes que a natureza nos fornece, apesar das agressões constantes que sofre. Foto: TV Brasil – EBC

Mais que no âmago de uma crise de proporções planetárias, nos confrontamos hoje com um processo de irreversibilidade. A Terra nunca mais será a mesma. Ela foi transformada em sua base fisico-quimica-ecológica de forma tão profunda que acabou perdendo seu equilíbrio interno. Entrou num processo de caos, vale dizer, perdeu sua sustentabilidade e afetou a continuação do que, por milênios, vinha fazendo: produzindo e reproduzindo vida.
Todo caos possui dois lados: um destrutivo e outro criativo. O destrutivo representa a desmontagem de um tipo de equilíbro que implica a erosão de parte da biodiversidade e, no limite, a diminuição da espécie humana. Esta resulta ou por incapacidade de se adaptar à nova situação ou por não conseguir mitigar os efeitos letais. Concluído esse processo de purificação, o caos começa mostrar sua face generativa. Cria novas ordens, equilibra os climas e permite os seres humanos sobreviventes construírem outro tipo de civilização.
Da história da Terra aprendemos que ela passou por cerca de quinze grandes dizimações, como a do cambriano há 480 milhões de anos, que dizimou 80-90% das espécies. Mas por ser mãe generosa, lentamente, refez a diversidade da vida.
Hoje, a comunidade científica, em sua grande maioria, nos alerta face a um eventual colapso do sistema-vida, ameaçando o próprio futuro da espécie humana. Todos podem perceber as mudanças que estão ocorrendo diante de nossos olhos. Grandes efeitos extremos: por um lado estiagens prolongadas associadas à grande escassez de água, afetando os ecossistemas e a sociedade como um todo, como está ocorrendo no sudesde de nosso país. Em outros lugares do planeta, como nos USA, invernos rigorosos como não se viam há decênios ou até centenas de anos.
O fato é que tocamos nos limites físicos do planeta Terra. Ao forçá-los como o faz a nossa voracidade produtivista e consumista, a Terra responde com tufões, tsunamis, enchentes devastadoras, terremotos e uma incontida subida do aquecimento global. Se chegarmos a um aumento de dois graus Celsius de calor, a situação é ainda administrável.
Caso não não fizermos a lição de casa ao diminuirmos drasticamente a emissão de gases de efeito estufa e não reorientarmos nossa relação para com a natureza na direção da auto-contenção coletiva e de respeito aos limites de suportabilidade de cada ecossistema então preve-se que o clima pode se elevar a quatro e até seis graus Celsius. Aí conheceremos a “tribulação da desolação” para usarmos uma expressão bíblica e grande parte das formas de vida que conhecemos não irão subsistir, inclusive porções da humanidade.
A renomada revista Science de 15 de janeiro de 2015 publicou um trabalho de 18 cientistas sobre os limites planetários (Planetary Bounderies: Guiding human development on a changing Planet). Identificaram nove dimensões fundamentais para a continuidade da vida e de nosso ensaio civilizatório.
Vale a pena citá-las: (1) mudanças climáticas; (2) mudança na integridade da biosfera com a erosão da biodiversidadae e a extinção acelerada de espécies;(3) diminuição da camada de ozônio estratosférico que nos protege de raios solares letais;(4) crescente acidificação dos oceanos;(5) desarranjos nos fluxos biogeoquímicos (ciclos de fósforo e de nitrogênio, fundamentais para a vida);(6) mudanças no uso dos solos como o desmatamento e a desertificação crescente;(7) escassez ameaçadora de água doce;(8)concentração de aerossóis na atmosfera(partículas microscópicas que afetam o clima e os seres vivos); (9) introdução agentes químicos sintéticos, de materiais radioativos e nanomateriais que ameaçam a vida.
Destas nove dimensões, as quatro primeiras já ultrapasssaram seus limites e as demais se encontram em elevado grau de degeneração. Esta sistemática guerra contra Gaia pode levá-la a um colapso como ocorre com as pessoas.
E apesar deste cenário dramático, olho em minha volta e vejo, extasiado, a floresta cheia de quaresmeiras roxas, fedegosos amarelos e no canto de minha casa as “belle donne” floridas, tucanos que pousam em árvores em frente de minha janela e as araras que fazem ninhos debaixo do telhado.
Então me dou conta de que a Terra é de fato mãe generosa: às nossas agressões ainda nos sorri com flora e fauna. E nos infunde a esperança de que não o apocalipse mas um novo gênesis está a caminho. A Terra vai ainda sobreviver. Como asseguram as Escrituras judaico-cristãs: “Deus é o soberano amante da vida”(Sab 11,26). E não permitirá que a vida que penosamente superou caos, venha a desaparecer.
* Leonardo Boff é colunista do JBonline, filósofo, teólogo e escritor. 
** Publicado originalmente no site Leonardo Boff.
(Leonardo Boff)
fonte: http://envolverde.com.br/ambiente/

terça-feira, 14 de abril de 2015

Eventos de Educação Ambiental recebem propostas de trabalhos

Estão abertas as inscrições para submissão de propostas de trabalho no I Congresso Brasileiro de Educação Ambiental Interdisciplinar e no IV Workshop de Educação Ambiental Interdisciplinar. Os eventos vão acontecer de forma integrada e têm como temática central ‘As Mudanças Climáticas e os Problemas dos Recursos Hídricos’.
Os interessados de Petrolina, no Sertão pernambucano, e da região podem enviar as propostas até o dia 1º de junho. Podem se inscrever gratuitamente professores, pesquisadores, estudantes, instituições públicas e privadas e Organizações Não Governamentais (ONGs).
As inscrições são realizadas no site da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). Os interessados podem propor minicursos, mesa redonda, palestra, lançamento de livro, exposição artística e científica, além de oficinas e visitas técnicas. No endereço eletrônico estão disponíveis orientações de como compor as proposições.
As submissões de resumos e artigos estão previstas para iniciar no dia 15 de junho. Já os eventos devem ocorrer de 12 a 14 de outubro no Complexo Multieventos da Univasf. (Fonte: G1)

quinta-feira, 9 de abril de 2015

O lixão pontocom da África

De Accra 

Doze mil quilômetros separam Acra, a capital de Gana, do Vale do Silício, Califórnia, Estados Unidos, centro da revolução tecnológica do século XXI. Há, no entanto, outra distância maior do que a geográfica. Acra e o Vale do Silício estão no extremo de um ciclo de vida. Computadores, tablets e celulares nascem da cabeça de nerds sob o sol californiano e morrem e são descompostos no distrito de Agbogbloshie, periferia africana.
Densamente povoada por migrantes do norte do país e por imigrantes da Costa do Marfim, do Togo e de Burkina Fasso, Agbogbloshie carece de infraestrutura. Não há saneamento básico, pavimentação nas ruas ou áreas de lazer. Restos de madeira, plástico e metal formam a precária estrutura das casas. Nada mais parecido com qualquer favela de qualquer país pobre do mundo, não fosse um fato: um certo toque de ficção científica acrescentado à paisagem pelas montanhas de carcaças de computadores, tevês, fotocopiadoras, DVDs e celulares, como em uma aventura distópica de Philip K. Dick. Os “cadáveres” chegam diariamente em caminhões vindos da região portuária da cidade e transformam Agbogbloshie em um dos maiores lixões de eletroeletrônicos do planeta.
O cemitério permitiu o florescimento de um mercado paralelo e informal. Mais de 30 mil africanos de diferentes idades, crianças incluídas, ocupam-se de duas atividades, do conserto e venda de eletrônicos que ainda podem ser recuperados ou da extração de metais valiosos do entulho, entre eles prata, aço e cobre.
O rendimento do trabalho varia. Segundo Titi, taxista que durante três anos coletou minérios no lixão, o ganho médio diário oscila de 20 centavos a 10 dólares. A jornada de trabalho chega a 13 horas por dia, 7 dias por semana. No outro lado do mundo, no Vale do Silício, as fortunas acumulam-se em nanossegundos. De acordo com a revista Forbes, no último ano a fortuna de Bill Gates, fundador da Microsoft, aumentou em 3 bilhões de dólares, número que provavelmente os catadores do lixão ganense seriam incapazes de calcular.
Expostos a diversos tipos de riscos e doenças associadas ao lixo eletroeletrônico, os trabalhadores executam as atividades desprovidos de equipamentos de proteção, e muitos trabalham sem camisa e descalços. O maior risco vem da inalação de substâncias tóxicas que derivam da queima de fios de plástico, técnica utilizada para extrair o minério de cobre em seu interior. Além de interferir na saúde respiratória dos trabalhadores, a queima de lixo eletrônico contamina alimentos comercializados nos mercados da região, pois a fumaça carrega diferentes metais pesados, além do dióxido de carbono, facilmente depositados nas cascas de frutas e verduras expostas ao ar livre.
O cheiro de Agbogbloshie é indescritivelmente forte e ácido. O calor e a umidade não aliviam a sensação. Sem o menor sinal de vida, o Rio Odaw, que corta o lixão, lentamente carrega pedaços de plástico e de metal dispensados pelos trabalhadores, em uma versão piorada do Tietê paulistano. Cachorros e vacas famintos em busca das escassas gramas e de restos de comida dividem o espaço com os trabalhadores, enquanto as crianças jogam futebol com bolas improvisadas de isopor.
A maioria das carcaças eletrônicas de Agbogbloshie chega da Europa e da América do Norte. Sua liberação nos portos de Gana justifica-se por acordos comerciais cujo propósito, em tese, é ampliar o acesso da tecnologia aos desfavorecidos em países subdesenvolvidos. Em outras palavras, um europeu dono de um computador velho em casa, quebrado ou não, pode enviar o equipamento a algum país africano baseado no altruísta objetivo de propiciar acesso ao “mundo digital” a negros e mulatos pobres das periferias. É uma dupla limpeza: da casa propriamente dita e da consciência.
Apesar de veementemente condenado pela Convenção da Basileia, realizada em 1989, na Suíça, o fluxo de lixo eletrônico continua intenso, de modo que os lixões eletroeletrônicos se espalham por outros países africanos (Egito, Nigéria e Quênia já têm os seus) e na Ásia (incluídos os emergentes Índia e China).
O governo de Gana tenta organizar os trabalhadores em cooperativas, mas a miséria e a ignorância predominam no cemitério de Agbogbloshie e dificultam as iniciativas. O objetivo é sobreviver. Se esse fosse o texto de um programa do National Geographic Channel, o locutor encerraria: “E assim a vida se renova (no mundo digital)”.
*Reportagem publicada originalmente na edição 842 de CartaCapital, com o título "Lixão pontocom"

fonte: http://www.cartacapital.com.br